Saúde mental: a importância de nomear as emoções

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O papel do grupo para um adolescente é muito importante, e não é somente um grupo físico, a questão é não me sentir sozinho, mesmo que para isso use as redes sociais.

Quando se trata de saúde mental, é muito importante nomear as emoções que as crianças e jovens estão sentindo. Ter essa clareza vai ajudar muito na busca de soluções para esse quadro. Atualmente, uma das emoções mais prevalentes em consultórios, nas famílias e nas escolas é a ansiedade.

O Brasil possui a população mais ansiosa do mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Apenas com ansiedade patológica, são quase 9,3% dos brasileiros. 

Imagine que cerca de 15% dessa faixa etária tem algum transtorno do mais leve ao mais grave, com prejuízos significativos na vida acadêmica! Por isso, não é algo incomum que a ansiedade seja algo normal na infância e adolescência, afinal, são fases em que o ser humano está em pleno desenvolvimento e vulnerável a tudo o que acontece ao redor.

Essa emoção exacerbada, que ultrapassa muito a fronteira do que é considerado um estado emocional normal dentro do desenvolvimento humano, tem surgido cada vez mais. São condições que evoluem para diversos transtornos, nomeados como agorafobia, síndrome do pânico, transtorno de ansiedade generalizada, estresse pós-traumático e assim por diante.

Mas por que será que tantas crianças e adolescentes (e seus pais) sofrem desse mal? Os altos índices de violência, insegurança econômica e quanto ao futuro, pouca qualidade de vida e uso excessivo de computadores e celulares explicam a alta prevalência de ansiedade no Brasil. Tudo isso gera sentimentos de angústia, constante preocupação e medo.

Leia esse texto para entender mais sobre o assunto e assista ao Planck Talks sobre Saúde Mental em nosso canal no Youtube:

 

Se uma criança ou adolescente nunca teve ansiedade, certamente já viu o pai ou mãe terem. Os transtornos de ansiedade são os quadros psiquiátricos mais comuns na infância e na adolescência, sendo que 15% dessa faixa etária tem algum transtorno, do mais leve ao mais grave, trazendo prejuízos significativos na vida acadêmica.

Pesquisas apontam que a ansiedade patológica está diretamente relacionada ao processo de aprendizado (que pode ser evitada a partir da orientação de pais e educadores), ao ambiente em que se está inserido ou a fatores genéticos.

Hoje os adolescentes vivem em um mundo altamente tecnológico, com hiperconectividade, sob a cultura do corpo perfeito, com pressão para entrega constante de resultados e influência na mídia. 

De acordo com estudo realizado pela Canadian Journal of Psychiatry, quanto maior o uso de telas, maior o nível de ansiedade. E não dá para negar: as mídias sociais geram muita cobrança nos adolescentes.

Durante o bate-papo do Planck Talks, realizado no canal do Youtube do Colégio Planck, o Dr. Gustavo Giovanetti, psiquiatra e psicoterapeuta, disse que é preciso estar atento aos sinais de alerta da saúde mental, por exemplo, quando o estudante apresenta sensação de desconexão com o grupo, com a família (e às vezes a família é um lugar difícil de se ficar). 

Ele se desconecta do sono, da alimentação, de um objetivo. O adolescente pode estar passando por um processo depressivo. Ele perde as vontades, para de produzir relações com o futuro, com os projetos”, acrescentou Dr. Giovanetti. 

Muitas vezes, em processos de ansiedade, é preciso cuidar da família toda. Um pai e uma mãe que buscam ajuda e autoconhecimento, além de servirem de exemplo aos filhos, têm mais ferramentas emocionais para ajudá-los. Portanto, ao identificar sinais de transtornos na saúde mental de seu filho, pergunte-se: “Como eu estou?, “Como a família está?”. A maioria dos pais também vive em uma crise de ansiedade.

Como citado anteriormente, fora os fatores genéticos (por exemplo, doenças como esquizofrenia), outras questões afetam a saúde mental. A ansiedade e a depressão têm fortes componentes no estilo de vida e na forma de se relacionar. 

Afinal, como fazer escolhas mais sábias quando o modus operandi da sociedade (inclusive da própria família) leva ao estresse, à sensação de desconexão, de esgotamento, diminuição do desempenho, uma sensação de não pertencimento e de incapacidade ou solidão? 

Quando percebemos que os filhos estão nesse quadro difícil, é preciso reconhecer e pedir ajuda. E para o próprio estudante, pedir apoio é uma atitude difícil, pois ele deseja ser autônomo e independente. Por isso, manter abertura e diálogo dentro de casa é fundamental.

Principais transtornos da ansiedade

Transtorno de ansiedade generalizada 

Preocupação excessiva e generalizada sem motivos aparentes em situações do cotidiano. 

Transtorno de pânico

Sensação de medo intensa e repentina seguida por sintomas físicos (aceleração dos batimentos cardíacos e da respiração, suor frio, falta de ar, tontura, tremores, entre outros). 

Transtorno de ansiedade social

Dificuldade intensa em interagir com outras pessoas, seja uma simples conversa em grupo até mesmo uma apresentação de trabalho no colégio. 

Agorafobia

Relacionado a estar em situações ou locais sem uma maneira fácil de escapar, como não aguentar ficar em locais lotados ou muito fechados.  

Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT)

Lembranças recorrentes e intrusivas de um acontecimento que foi altamente angustiante para a pessoa, com sintomas que vão de dificuldades para dormir até hipervigilância.

Transtorno de estresse agudo

Geralmente acontece a partir da vivência ou testemunho de um evento traumático específico, e o paciente fica revivendo o acontecimento e se angustiando de maneira constante. 

Transtorno de ansiedade de separação

A pessoa tem sensações de angústia e desespero ao se separar de um ambiente que considera familiar e agradável.

Transtorno de ansiedade induzido por substância

O consumo de substâncias pode ocasionar quadros de transtorno de ansiedade, como medicamentos convencionais até drogas perigosas, como cocaína e heroína.

Projeto de Vida no Colégio Planck

O desenvolvimento das habilidades socioemocionais é um dos pilares do Colégio Planck, no qual é incentivado o desenvolvimento do autoconhecimento. 

Assim, os estudantes estarão mais preparados não só academicamente, mas também em todos os aspectos sociais e emocionais que possam levá-los ao sucesso em suas vidas.

As habilidades socioemocionais estão inseridas nas mais diversas atividades do Colégio e acontecem dentro das disciplinas curriculares, das eletivas e em diversos eventos e iniciativas que acontecem no Planck. 

Uma delas é a aula de Projeto de Vida, quando é bastante trabalhado o autoconhecimento e a nomeação das emoções.

No final das contas, a resposta está, quase sempre, no afeto e no cuidado.

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