O bullying na escola é um problema que afeta a qualidade de vida dos estudantes, mas, ao contrário do que muitos podem pensar, sua origem pode ser dentro de casa.
O comportamento agressivo com colegas, muitas vezes, é uma reprodução intensificada de experiências e discursos que ocorrem no cotidiano da criança, que a influenciam e a moldam, principalmente durante a primeira infância.
Continue lendo para entender como esse processo funciona, como evitar o bullying e qual é o papel dos pais neste quesito.
Colégio sem bullying: qual é a influência dos pais?
Durante a infância e pré-adolescência, o córtex pré-frontal ainda não está completamente desenvolvido, que só chega a sua maturidade por volta dos 25 anos de idade.
E essa região do cérebro é responsável pelo desenvolvimento moral e emocional, que influencia em noções de certo e errado, empatia, respeito, avaliação de consequências, entre outros aprendizados.
Portanto, a criança não tem muito discernimento do significado dos seus atos. Além disso, nesta fase, os filhos espelham os comportamentos dos pais, que é um processo natural do ser humano.
Assim sendo, quando a criança está imersa em uma cultura familiar com maus hábitos, esse comportamento é absorvido e replicado em outros ambientes.
Posteriormente, esse aprendizado é levado para a adolescência e até para a vida adulta.
Por isso, é importante que todos ao redor da criança ajam de forma mais consciente para criar um exemplo positivo de relacionamentos e comportamentos saudáveis.
Entenda:
Educação negativa
Um fato importante na educação dos filhos sobre o combate ao bullying é que, até os 6 anos de idade, os pais são suas primeiras referências.
Portanto, se forem expostos a comportamentos negativos, provavelmente, irão replicá-los no colégio.
Ambientes familiares que praticam a violência verbal, como insultos e xingamentos, mesmo que de forma sutil, podem influenciar a criança negativamente.
Por exemplo, insinuar que a criança não é inteligente pelas suas notas no colégio ou que é incapaz de realizar tarefas domésticas simples, são formas de violência psicológica que provocam o sentimento de baixa autoestima e impotência.
Esse tipo de comportamento dos pais ensina à criança que é aceitável humilhar, desprezar e desvalorizar os outros.
Então, a criança aprende a identificar a vulnerabilidade nos outros e reproduz essa atitude com colegas, o que dá a sensação de poder, semelhante a que seus pais têm sobre ele, o que dá início a um ciclo de bullying.
Tratamento com os outros
A prática de bullying não se refere somente ao tratamento dos pais com os filhos, mas também com os outros. Isto é, o modo como os pais lidam com situações do dia a dia e tratam as pessoas fora do ciclo familiar.
Por exemplo:
- Reclamar de colegas do trabalho;
- Insultar motoristas no trânsito;
- Fofocar sobre vizinhos;
- Julgar pessoas na rua sobre sua aparência;
- Ofender o cônjuge;
- Entre outros.
Todos esses comportamentos ensinam a criança como pensar e agir e, o mais preocupante, como se tudo isso fosse normal.
Parentalidade excessiva
A influência negativa também pode ocorrer por motivo contrário, isto é, pelo comportamento superprotetor dos pais.
Isso ocorre porque os filhos sentem a necessidade de mostrar autoridade sobre os colegas, já que são dominados e inferiorizados em casa.
Portanto, a maneira como os pais se relacionam com a criança e a educam tem grande influência no desenvolvimento de suas habilidades socioemocionais e no tipo de relações que construíram ao longo de sua vida.
Cabe aos pais serem modelos positivos de respeito, empatia e resolução pacífica de conflitos, para que a criança possa aprender e reproduzir esses comportamentos saudáveis também no colégio.
Referências da Internet
Além da influência direta e indireta na educação dos filhos, existe outro fator que compromete o desenvolvimento socioemocional saudável dos filhos: o conteúdo disponível na Internet.
As crianças e adolescentes têm acesso amplo e irrestrito a todo tipo de informação online, incluindo conteúdos violentos, preconceituosos e que incentivam comportamentos agressivos.
Muitos vídeos, jogos e redes sociais podem expor as crianças a modelos de conduta prejudiciais, normalizando a agressividade, a falta de empatia e o desrespeito aos outros.
Dessa forma, mesmo que os pais se esforcem para criar um ambiente familiar saudável, o conteúdo na internet pode anular esses valores e influenciar negativamente os padrões de comportamento do filho.
Por isso, é essencial que os pais também fiquem atentos ao uso da Internet e das redes sociais. Mas, não somente impondo limites e regras claras sobre o uso responsável, como também conversando sobre os conteúdos acessados e seus impactos.
Como os pais podem combater o bullying?
A responsabilidade de combater o bullying escolar não é somente das instituições de ensino, mas, principalmente dos pais, que devem fornecer uma educação comportamental positiva aos filhos.
O primeiro passo é criar um ambiente familiar afetuoso e com diálogo aberto. Isso transmite segurança e ensina a criança a se relacionar de forma saudável, não somente com os pais, mas também com os outros.
Com isso, os pais têm liberdade e autoridade para conversar sobre empatia, respeito, tolerância e saúde mental.
Mas também é essencial que os pais mostrem esses valores por meio de exemplos, para incentivar a prática no dia a dia. Portanto, devem demonstrar educação e respeito uns aos outros e às outras pessoas.
Além disso, os pais precisam ficar atentos aos sinais de agressividade ou bullying em casa e intervir imediatamente, para que esse comportamento não piore ou se perpetue.
Outra atitude importante é orientar os filhos sobre os impactos do bullying e como agir diante dessas situações, seja como vítima ou como espectador.
Ao assumir essa responsabilidade, os pais podem ajudar a prevenir que o bullying se inicie e se espalhe. Uma criança bem orientada em casa tem mais ferramentas para lidar com diversos tipos de situações no colégio.
Leia mais sobre o bullying na escola.
Quais são as consequências do bullying?
Consequências para a vítima
Todas as formas de bullying causam danos ao bem-estar da vítima, seja físico ou psicológico, que podem traumatizá-la e afetá-la pelo resto da vida.
O bullying pode afetar a autoestima e a autoconfiança, assim como desencadear ansiedade e depressão nos estudantes.
Outros efeitos incluem:
- Variações de humor;
- Falta de apetite ou alimentação compulsiva;
- Insônia ou sonolência diurna e pesadelos;
- Sensibilidade emocional (choro fácil);
- Tendência à autolesão;
- Gagueira;
- Tiques.
Frequentemente, também é possível reparar o isolamento social, tanto em casa quanto no colégio, além da redução do desempenho escolar.
Além disso, o bullying pode resultar em problemas em manter relacionamentos, por causa da dificuldade de criar laços afetivos saudáveis.
Em situações mais graves, a vítima também pode desenvolver o comportamento suicida, que pode levar a tentativas e até mesmo ao suicídio.
Consequências para o agressor
Para os agressores, também existem consequências sociais e psicológicas em praticar o bullying.
A prática interfere no desenvolvimento da inteligência emocional, por isso, quem pratica bullying tende a ser pouco tolerante e mais impulsivo em diferentes ambientes e situações.
Com o tempo, é possível que os estudantes desenvolvam o comportamento agressivo fora do colégio e em qualquer tipo de relação, que pode evoluir para vandalismo ou criminalidade.
Como o Colégio Planck enfrenta o bullying?
O bem-estar emocional e a segurança física dos estudantes estão entre as prioridades do Colégio Planck.
Por isso, oferecemos um ambiente acolhedor e seguro, além de um olhar atento da equipe de Orientação Educacional, que é capacitada para atender as necessidades individuais de cada estudante.
Sempre que precisarem, os estudantes encontram as portas da Orientação Educacional abertas, para qualquer dificuldade ou situação.
Assim, eles se sentem valorizados como indivíduos, e entendem que o ambiente escolar não é um ambiente hostil, mas sim de acolhimento.
Essa abordagem é orientada pela Matriz Socioemocional do Planck, que norteia o trabalho da Orientação, que estimula o desenvolvimento de competências essenciais para a formação integral dos estudantes, como:
- Autoconsciência;
- Autocontrole;
- Empatia;
- Respeito;
- Entre outros.
Agende uma visita para conhecer melhor sobre o Colégio Planck.