O V Encontro do Clube de Leitura aconteceu no último sábado (16), no qual pais e professores Planck se reuniram para discutir a última obra lida, “A sucessora” de Carolina Nabuco, junto do Professor Darci Baptista.
Além das páginas
O romance de estreia de Carolina Nabuco alcançou grande sucesso no Brasil desde de 1934, quando foi lançado, sendo inclusive adaptada para o formato de telenovela décadas depois. Influenciada pelos avanços da psicanálise, Carolina movimenta seu romance a partir do casamento entre a jovem Marina, nascida e criada na fazenda Santa Rosa, e o magnata industrial Roberto Steen, de ascendência europeia. Dessa forma, a protagonista transita da elite rural para a elite urbana e burguesa, no contexto histórico da política do café-com-leite. Após a lua-de-mel no exterior, o casal passa a viver na capital, na mesma mansão que o marido já ocupou ao lado da primeira esposa, Alice, falecida há menos de dois anos.
Gradativamente, a recém-casada diariamente sente a opressão diante do retrato da outra, gerando em si uma angústia constante por não se ver à altura dos atributos de Alice. Marina, a sucessora, passa por um processo de autodestruição que só poderá ser interrompido se vier à tona um fato revelador sobre o passado de sua rival, enquanto vivera com Roberto.
Próxima leitura: “A ilha”, de Aldous Huxley.
A obra de Aldous conta a vida do protagonista Will Farnaby, um jornalista britânico, que passa por uma reviravolta quando sofre um naufrágio no Oceano Índico e é resgatado em uma praia da ilha fictícia de Pala pelos nativos. À medida que os dias se sucedem e se recupera dos ferimentos, Farnaby confronta-se com um universo paralelo onde não há um governo central, a felicidade é irrestrita, as crianças são educadas para não ter medo, a natureza é explorada apenas para a subsistência e as religiões são substituídas por equilíbrio mental e abertura ao novo. Absorvido por essa versão terrestre do céu, o protagonista sente-se cada vez mais fascinado por aquela comunidade.
No entanto, Farnaby esconde que ele é, na verdade, um enviado secreto de seu patrão, o magnata Lorde Aldehyde, proprietário não apenas do jornal em que trabalha, mas também de poços de petróleo em diversos países. Ao devassar para o leitor a real intenção do personagem central – estabelecer relações diplomáticas com o povo de Pala para futuramente explorar seu potencial petrolífero -, Huxley abruptamente redireciona a narrativa do romance, pois, em sua guinada radical em direção à possível destruição do idílio, inicia seu testamento literário, alertando aos leitores que a ganância humana e a dinâmica do capitalismo sempre se agigantam até se tornarem inexpugnáveis.
O VI Encontro do Clube de Leitura acontecerá no dia 21 de Outubro e para participar basta entrar em contato com nossa equipe através do Aplicativo do Colégio. Esperamos encontrá-los novamente para mais um momento de debate e reflexão, guiados pela leitura da obra de Aldous Huxley.