A cultura do imediatismo e a superexposição a estímulos nos acostumaram a obter tudo com poucos cliques. O tempo, que antes era parte inevitável no caminho para qualquer conquista, agora é obstáculo. Assim, desaprendemos a esperar.
Nesse movimento, a paciência, a constância e a reflexão têm sido esquecidas, enquanto a dificuldade de lidar com a espera prejudica cada vez mais a capacidade de concentração, a tolerância à frustração e o desenvolvimento emocional.
Neste artigo, refletimos como o imediatismo tem transformado o aprendizado e as vivências. Além disso, você vai entender como a educação socioemocional pode ajudar a reconstruir uma relação saudável com o tempo, cultivando o equilíbrio.
Por que desaprendemos a esperar?
A dificuldade crescente de lidar com a espera, acontece, principalmente, porque estamos imersos em uma cultura que valoriza a velocidade e o imediato, um contexto em que o tempo de espera, a pausa e o amadurecimento parecem cada vez mais entediantes.
Um estudo da Universidade de Ohio testou essa impaciência na prática e mostrou que a espera para a recompensa importa, mesmo quando são apenas segundos. A pesquisa reforça a ideia de que aguardar se tornou um desafio emocional.
Essa pressa tem consequências, como apresentado no ensaio A Sociedade do Cansaço, no qual o filósofo Byung-Chul Han pontua que saímos da “sociedade disciplinar”, estabelecida por Foucault, para a “sociedade do desempenho”.
Segundo o autor, a disponibilidade permanente de conexão, renovação e estímulo digital agrava a sensação de que o tempo nunca é suficiente, transformando-o em fonte de ansiedade e desgaste, com a autoexploração em nome do “eu posso”.
Assim, o imediatismo deixa de ser apenas um traço tecnológico e se apresenta como um sintoma social de transformações profundas na forma de aprender, de se relacionar e de se desenvolver emocionalmente.
É justamente nesse panorama que surge o desafio: recuperar a capacidade de esperar, refletir e consolidar o aprendizado.
Como o imediatismo afeta emoções e aprendizagem?
A mesma pressa que domina o cotidiano também aparece na hora de aprender e se relacionar com o conhecimento. A busca por resultados e a dificuldade de manter a atenção comprometem a concentração, o raciocínio e a assimilação.
Estudos da Associação Americana de Psicologia indicam que o uso contínuo de múltiplas telas e a alternância constante de tarefas reduzem a capacidade de foco e aumentam os níveis de estresse, principalmente entre jovens.
Além disso, o imediatismo enfraquece habilidades essenciais para a vida em comunidade, como a paciência, a empatia e a persistência. Nesse cenário, a atuação da equipe pedagógica do Colégio Planck é essencial.
Vivências que envolvem projetos interdisciplinares, debates e reflexões, não só ensinam sobre a construção do conhecimento técnico, como estimulam o desenvolvimento de resiliência e maturidade diante do tempo e dos desafios.
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O valor de aprender a esperar: evidências científicas
Esperar é um exercício de maturidade emocional. Conseguir lidar com o tempo entre o desejo e a conquista impulsiona o desenvolvimento de paciência, foco e capacidade de reflexão.
No entanto, em um contexto imediatista, a espera passou a ser vista como algo negativo. Cada notificação, carregamento rápido ou resposta instantânea reforça a ideia de que tudo deve acontecer agora.
Essa lógica, embora pareça prática, reduz a tolerância à frustração e fragiliza a constância necessária para alcançar objetivos a longo prazo, gerando impacto no desenvolvimento em diferentes áreas.
Um exemplo dessa correlação é o clássico “teste do marshmallow”, de Walter Mischel, da Universidade de Stanford.
O experimento consistia em oferecer um doce à criança e orientar que ela esperasse o pesquisador voltar à sala para comê-lo. Se ela esperasse, ganharia o segundo doce.
Após anos de acompanhamento, os resultados mostraram que crianças que conseguiam esperar pela recompensa apresentavam, a longo prazo, maior desempenho acadêmico e melhor controle emocional.
A pesquisa é uma demonstração de que esperar não é perder tempo, é aprender a administrá-lo. Valorizar o processo e não apenas o resultado é um estímulo ao desenvolvimento de resiliência, consciência e equilíbrio diante dos desafios.
Em um contexto em que tudo parece urgente, resgatar o valor da espera é também resgatar a capacidade de estar presente. E é nesse intervalo, entre o querer e o realizar, que acontece o verdadeiro aprendizado.
Educação socioemocional: o antídoto para o imediatismo
Aprender a esperar exige autoconhecimento e autorregulação emocional. O tempo, o erro e a frustração fazem parte de um processo formativo que ultrapassa o conteúdo acadêmico e prepara os estudantes para a vida.
Quando estimuladas desde cedo, competências socioemocionais, como autocontrole e persistência, ajudam os estudantes a compreender que o aprendizado é contínuo e que resultados consistentes exigem tempo e dedicação.
Neste contexto, a paciência deixa de ser apenas uma virtude e se torna uma competência a ser cultivada para superar a intolerância ao tempo.
Práticas como a atenção plena são muito úteis nesse processo, como mostra um estudo da Universidade de Wisconsin-Madison.
Segundo a pesquisa, a aplicação de programas de mindfulness no ambiente escolar aumenta a capacidade de concentração e diminui o estresse, reforçando a importância de desacelerar para aprender.
Além das estratégias pedagógicas, pequenos hábitos cotidianos também ajudam a resgatar a paciência e reconstruir a relação saudável com o tempo.
Desconectar-se das telas durante a leitura, dedicar alguns minutos à reflexão antes de responder mensagens e praticar atividades que exigem ritmo e constância, como um esporte, são atitudes simples que treinam o cérebro a tolerar a espera.
Essa reconexão com o presente permite que o estudante compreenda que amadurecer e aprender são processos graduais. O desenvolvimento, seja emocional ou intelectual, requer constância, paciência e autopercepção.
Protagonismo e formação integral no Colégio Planck
No Colégio Planck, o aprendizado vai além do conteúdo acadêmico. A formação integral é compreendida como o equilíbrio entre o desenvolvimento intelectual, emocional e social.
Juntos, esses aspectos preparam nossos estudantes para agir de forma ética, consciente e protagonista diante dos desafios contemporâneos, a partir de uma proposta pedagógica que valoriza o pensamento crítico, a curiosidade e a capacidade de tomar decisões com autonomia e responsabilidade.
Por meio de projetos interdisciplinares, debates, atividades práticas e ações coletivas, os estudantes são incentivados a compreender o impacto de suas escolhas e a transformar conhecimento em atitude.
A equipe pedagógica atua como mediadora desse processo, promovendo um ambiente em que o erro é parte do aprendizado e o diálogo é uma ferramenta de crescimento.
Assim, reafirmamos nosso compromisso com uma educação que forma cidadãos relevantes, preparados para contribuir com a sociedade de maneira reflexiva, empática e sustentável.
Agende uma visita e veja como seu filho pode evoluir em um ambiente que valoriza aprendizado, bem-estar e desenvolvimento integral.
Conheça de perto como o Colégio Planck desenvolve estudantes preparados para lidar com o tempo, as emoções e os desafios da vida real.




