O período pré-vestibular exige, como nunca, disciplina, foco e atenção nos estudos em busca de bons resultados nos exames. Mas como os estudantes podem fazer para aprender mais?
Leia esse texto para entender como associar neurociência e vestibular, para ajudar a melhorar o desempenho dos estudantes para as provas.
O que é neurociência?
A neurociência pode ser definida como um estudo do sistema nervoso e do cérebro, da estrutura à função, do desenvolvimento à regeneração. No entanto, não se resume ao funcionamento de suas células nervosas e moléculas, mas também como estão associadas ao comportamento humano.
O cérebro tem 86 bilhões de neurônios, que se conectam e também se relacionam a outras partes do sistema nervoso para definir quem somos e como agimos, portanto, tem relação estreita com o nosso aprendizado.
No período pré-vestibular, talvez seja um dos primeiros momentos em que os adolescentes percebem a necessidade de potencializar as funções do próprio cérebro, porque estão mergulhados em uma quantidade imensa de conteúdos que devem ser entendidos e retidos, para fazer bom uso quando for necessário.
Muitas vezes, há uma certa predisposição nos vestibulandos de ficarem trancados no quarto por horas seguidas, sem qualquer interação com amigos ou realização de outras atividades durante meses, para buscar um melhor desempenho nos vestibulares. É um ritmo frenético que pode até prejudicar o bem-estar físico e o ânimo dos estudantes.
Mas, qual é a saída? Será que não existe jeito mais eficiente de estudar? Como o cérebro realmente aprende? Será que dá para unir neurociência e vestibular?
É nessa hora que os estudos da neurociência demonstram que é possível passar por esse período com melhores chances de bons resultados, utilizando o cérebro de uma forma otimizada. Conheça algumas técnicas para melhorar o aprendizado:
1 – Exercite mais do que o cérebro
Ter uma rotina de estudos e disciplina é muito importante, porém, neste momento no qual o cérebro é muito exigido, cuidar do corpo pode ser um recurso indispensável.
Essa é a primeira dica para unir neurociência e vestibular. Segundo a neurociência, descuidar do bem-estar físico prejudica o desempenho cognitivo. Por isso, praticar alguma atividade física é fundamental também no período pré-vestibular.
É importante permitir que o cérebro trabalhe em segundo plano, neste sentido, os momentos de distração e descanso são fundamentais para que as informações do dia sejam processadas, garantindo que o resgate aos estudos aconteça de maneira mais objetiva e focada.
Os exercícios físicos também ajudam o cérebro a funcionar melhor, inclusive, os aeróbicos vão potencializar as funções cerebrais, além de ser uma ótima válvula de escape de estresse.
A relação dos exercícios aeróbicos com o aprendizado foi explicada por um estudo publicado no Jornal Americano de Fisiologia, onde foi constatado que essas atividades ajudam o corpo a liberar o fator neurotrófico derivado do cérebro, que é uma proteína que estimula o crescimento de novas células cerebrais.
Assim, o exercício físico e momentos de pausa vão ajudar no foco, concentração, além de ajudar a desenvolver raciocínio lógico e memória.
2 – Associe o aprendizado com boas emoções
Já perceberam que muitos professores gostam de manter um clima alegre ou até fazer associações divertidas durante as aulas? Eles estão baseando esse comportamento em descobertas da neurociência que explicam que quando uma informação é associada a um sentimento positivo, há mais chances de o cérebro retomá-la no futuro.
Isso é conhecido como “valência emocional”, enquanto as sensações positivas estimulam o aprendizado, as negativas, como a raiva e a tristeza, promovem o contrário. Ansiedade e medo, por exemplo, auxiliam na liberação de cortisol (o hormônio do estresse), que prejudica o aprendizado e pode promover o famoso ”branco”, nos momentos de prova.
Muitas vezes, estudar ouvindo músicas que gosta pode ser bastante produtivo. Só não deixe a música causar distração.
Além disso, ao estudar sempre associe essa prática a um sentimento bom, por exemplo, pensando que essa rotina de estudos está aproximando o seu sonho de você.
Procure ter um posicionamento sempre positivo frente aos estudos, parar, respirar e se acalmar, antes de iniciar sua rotina de estudos, será muito benéfico e promoverá a criatividade de suas ideias.
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3 – Descubra o seu jeito próprio de estudar
As pessoas são diferentes e únicas, portanto, as formas de aprender também devem ser diversificadas a cada perfil.
Muitas vezes, tentar estudar de uma maneira que não se encaixa no seu perfil pode gerar muito cansaço e o rendimento pode ser bastante baixo, embora fique muitas horas dedicado aos estudos.
Algumas pessoas são mais visuais, outras aprendem mais com leituras, ou seja, são muitas as variações de perfil. Procure entender qual é o seu perfil: gosta de vídeos, áudios, leituras ou mapas mentais? Decifrar esse seu código pessoal vai ajudar muito a produzir melhores resultados em seus estudos.
4 – Elimine as distrações
Quando um estudante tem diversos estímulos ao seu redor na hora de estudar, o aprendizado fica mais lento.
É preciso esclarecer o mito da “multitarefa” de que podemos realizar várias tarefas ao mesmo tempo, como estudar e ficar ao celular.
Só conseguimos realizar duas tarefas ao mesmo tempo, quando uma delas é um uma tarefa considerada automática, como por exemplo, dirigir e ouvir o rádio ou andar de patins e cantar. Portanto, para conseguir manter o foco e a concentração elimine distrações como redes sociais, TV ligada, notificações do celular ou até mesmo conversas paralelas com a família.
Por isso, tenha um local de estudo, de preferência, calmo e silencioso, onde possa se concentrar apenas nos estudos e peça para que pais, irmãos ou outras pessoas que frequentam a casa evitem causar distrações.
Além disso, procure esquecer “os ladrões de tempo”, como celular e redes sociais, durante o seu período de foco no conteúdo.
5 – Dê recompensas ao cérebro
Como já foi dito mais acima, a disciplina e o foco nos estudos são fundamentais para garantir bons resultados, mas a neurociência revela que as pausas também são necessárias para não sobrecarregar demais a mente.
Segundo os pesquisadores da neurociência, o cérebro atua no modo focado e no modo difuso (quando está relaxado). Ao alternarmos esses modos, o aprendizado é facilitado.
Por isso, estipule um certo tempo para se concentrar em um conteúdo, pode ser 25 minutos, conforme sugere a técnica Pomodoro. Passado esse tempo, ofereça uma recompensa ao cérebro, como assistir um pequeno vídeo divertido, ouvir uma música que gosta ou comer um chocolate, em uma pausa de 5 minutos.
Segundo o livro “Aprendendo a aprender”, da pesquisadora Barbara Oakley, da Universidade de Oakland (EUA), essa recompensa será o momento de descanso que vai permitir ao cérebro voltar a um novo período de concentração com mais eficácia.
6 – Pratique para aprender
Já percebeu que, muitas vezes, você até entende um conteúdo em sala de aula, mas quando vai estudar em casa, parece que se esquece de tudo?
A dica da neurociência é que para reter esse conteúdo ele precisa ser “praticado”. Para isso, pode ser utilizada a técnica do “recordar ativamente”, que também está no livro “Aprendendo a aprender”.
Mas, do que se trata esse conceito? É preciso trazer ideias-chaves sobre aquele tema de volta à sua mente.
Procure anotar algumas palavras-chaves na margem da apostila ou em outro papel enquanto estiver recebendo o conteúdo, e depois de ler o texto mais uma vez, procure se recordar sem as anotações. Repita na mente ou em voz alta.
E, principalmente, realize exercícios, refaça provas, tente associar seus aprendizados de modo prático (colocando em ação seu corpo e cérebro de modo a reter as informações necessárias).
Depois disso, procure lembrar desses conteúdos em horários e lugares diferentes.
Além disso, faça algumas anotações antes de dormir e procure se lembrar do que aprendeu no dia, porque esse hábito também vai ajudar no processo de aprendizagem.
7 – Cuide do bem-estar físico
Outros aspectos importantes que não estão relacionados aos estudos em si, mas vão interferir diretamente nos resultados está relacionado aos hábitos saudáveis.
Além da prática constante de exercícios físicos, manter uma alimentação equilibrada e nutritiva, e uma boa hidratação, também terá influência no resultado dos estudos.
Além disso, dormir bem também é crucial para manter o bem-estar do corpo. Uma boa noite de sono, com 6 a 8 horas de descanso, possibilita a eliminação de toxinas e também é o tempo necessário para que a pessoa entre na fase REM (Rapid Eye Movement), que é um processo importantíssimo para a memória.
8 – Não deixe os estudos para última hora
Deixar para estudar para uma prova de última hora prejudica o processo de aprendizado, porque não permite que o cérebro fortaleça as correntes cerebrais, que se formam cada vez que as pessoas aprendem algo novo.
Quando nos dedicamos a aprender novos assuntos e conceitos, transformamos o nosso cérebro de três maneiras: química, estrutural e funcional. As alterações químicas contribuem para o aprendizado de curto prazo, as alterações estruturais contribuem para a formação da memória e o aprendizado de longo prazo e habilidades motoras. Já as alterações funcionais, conduzem a facilidade no momento de acessar novamente essas informações, deixando a ação mais rápida e empolgante.
O tempo de estudo e a prática vão ajudar a consolidar as novas ideias no cérebro.
Conclusão
A época de vestibular requer esforço e muito foco dos estudantes. Neste período, contar com essas dicas que associam neurociência e vestibular pode ajudar muito a promover resultados melhores.
O Colégio Planck oferece todas as ferramentas para o desenvolvimento cognitivo e socioemocional, oferecendo uma aprendizagem direcionada e focada em seus principais objetivos, o que potencializa os pontos fortes para terem sucesso na vida.
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