Como parte de sua educação inovadora e humanizada, o Colégio Planck utiliza um método próprio para realização de provas: eliminou a necessidade de fiscal na sala no Ensino Médio.
Essa metodologia caminha ao lado do modelo pedagógico do colégio que tem base na aprendizagem socioemocional e estimula o desenvolvimento de atitudes e habilidades especiais, como manter boas relações sociais; incentiva que os alunos tomem decisões de maneira responsável, além de ajudá-los no controle das emoções e a traçar objetivos.
Com isso, o objetivo da escola é ver crescer um cidadão ético e responsável para alcançar suas metas.
Provas sem “olheiros”
O Colégio Planck adotou a realização da prova sem fiscal para reforçar todos os valores que são estimulados nos alunos para estabelecer a ampliação de consciência a respeito da ética na vida.
Mas esse processo da prova sem fiscal não nasceu junto com o Colégio. No começo das atividades, o Planck realizava provas com presença de fiscais em todas as séries.
No entanto, como o projeto pedagógico do colégio prevê o desenvolvimento de autonomia, responsabilidade e autocontrole nos alunos, esse caminhar para o protagonismo mais consciente resultou em uma solicitação dos próprios estudantes, à medida que desenvolveram mais maturidade: que as provas fossem realizadas sem a presença de um fiscal.
Atualmente, a composição de notas no Colégio Planck é um resultado da realização de provas e outras atividades como: entregas de tarefas de casa, construção de portfólio, provas e simulados mais focados no vestibular, projetos e etc.
Mas a partir do próximo ano, quando o Ensino Fundamental Anos Finais for inaugurado no Colégio, o 9º ano também será contemplado por essa metodologia.
Porém, as provas com a presença do professor ainda serão práticas curriculares entre o 6º e o 8º anos.
Confiança é a chave para sucesso do método
Com a base nessa experiência já vivida pelos diretores do Planck, André Guadalupe e Humberto Malanga, que foram alunos do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), uma das instituições de ensino superior mais renomadas no mundo inteiro e que adota a prova sem fiscal, os próprios alunos do Colégio desenharam as regras para organizar a realização das provas sem fiscalização, que ocorrem sempre no contraturno de suas aulas curriculares.
Para isso, cada detalhe foi pensado: desde a ocorrência de um aluno precisar ir ao toalete ou mesmo se mais de um estudante solicitasse uma saída da sala para beber água.
Porém, para que essa nova forma de testar o conhecimento retido pelo aluno desse certo, também foi arquitetada uma nova estratégia para criar as provas, dando ênfase ao pensamento mais analítico dos estudantes e menos imediatista do que o método de respostas iguais para todos.
Para o Planck, a confiança faz parte de cada processo, inclusive dessa realização de prova sem fiscal. Outro exemplo é que no Colégio não existem portas trancadas, todos os ambientes são permitidos aos alunos.
Essa filosofia é adotada em outras iniciativas também, como a dos livros que ficam em estandes espalhados pelo colégio. O aluno pega o volume que quiser, lê e quando terminar devolve para o colégio, sem qualquer necessidade de registro. Essa é outra maneira de trabalhar valores como respeito e senso de coletividade.
Com todos os bons valores sendo reforçados a cada procedimento do colégio, o que percebe-se é que o índice de uso de gabaritos de outros na prova sem fiscal é muito baixo.
Mas isso não significa que o Colégio fica alheio a práticas não éticas. Conforme o Guia do Estudante do Planck, que é de conhecimento de pais e alunos, o aluno que for pego colando ou mesmo se confessar o ato, estará sujeito às condutas especificadas no guia referente aquela avaliação. Essa é outra medida para reforçar que os atos precisam ser responsáveis e bem pensados.
Como treinar os alunos para o momento dos vestibulares?
No terceiro ano, os alunos são treinados a vivenciarem as mesmas condições dos vestibulares, onde há a presença de fiscais.
Além disso, esses estudantes também acabam tendo uma responsabilidade maior com a realização dos simulados, porque essas provas também foram convertidas em um meio de composição de nota no último ano do Ensino Médio.
Para a coordenação pedagógica, esse é um processo constante de aprendizado porque a autorregulação pode ser mais difícil para o aluno do que estar vigiado, especialmente quando se depara pela primeira vez com essa metodologia.
Por isso, no cotidiano do Planck, todos passam a ter uma cultura de confiança mútua, de trocas e de reciprocidade, que traz um benefício que pode ser visto no diferencial dos alunos, que ganham muito pela busca de serem melhores dentro desse desenvolvimento de autonomia. Mas não são só eles que ganham, o Colégio também é generosamente retribuído com os resultados obtidos por seus alunos.
Prof. André Guadalupe
Diretor e Cofundador do Colégio Planck
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