A palavra produtividade é uma das mais ouvidas nos nossos tempos, seja nas relações de trabalho ou acadêmicas, ela está sempre presente. Mas será que é bem compreendida pelos jovens?
Veja nesse texto como a produtividade tem influência na formação dos adolescentes.
O que é produtividade?
O conceito de produtividade está intimamente ligado com as bases da sociedade industrial, ou seja, é a relação da capacidade de produção com o tempo.
Entre os jovens, especialmente os vestibulandos, a capacidade de ser produtivo, está relacionada com o cumprimento de demandas, seja do período curricular, das atividades extracurriculares e o tempo de estudo em casa para estar apto a prestar — e ter sucesso– nos vestibulares.
No entanto, a produtividade também tem relação com outras influências, que podem passar pelos aspectos emocionais. Não é todo dia que a mente está disposta a fazer uma coisa atrás da outra.
Por isso, muitas vezes, as pessoas podem confundir ser produtivo, com estar sempre ocupado. Esses são aspectos diferentes.
Estar sempre ocupado não significa que está sendo produtivo, na verdade, pode significar que você não está fazendo uma boa gestão do seu tempo.
A produtividade pressupõe priorizar aquilo que realmente é importante, e otimizar a própria rotina de forma que consiga ficar totalmente focado na tarefa que precisa concluir.
Essa dedicação excessiva ou excesso de tarefas, sem estar sendo adequadamente produtivo, pode até afetar o bem-estar dos jovens.
Essa busca constante por uma produtividade irreal pode gerar um senso de urgência na formação dos jovens, que já fazem parte de uma geração imediatista.
O que a exigência pela produtividade excessiva pode provocar?
Segundo um estudo publicado no site da USP e realizado pela International Stress Management Association do Brasil (Isma), a cobrança por resultados e produtividade fez crescer em 30% os casos de síndrome de Burnout após o início da pandemia.
Essa estatística tem relação com os ambientes de trabalho (até mesmo no home office), mas também se faz presente nos ambientes acadêmicos. Essa síndrome pode surgir a partir do estresse constante e exaustão mental que pode levar à irritabilidade, dores de cabeça e fadiga. Nos ambientes acadêmicos também pode levar à baixa autoestima, insônia, isolamento social, apatia, etc.
Uma boa forma de driblar os efeitos dessa corrida excessiva para encontrar o pote de ouro é associar produtividade com o bem-estar.
Então, a produtividade deve estar associada à eficiência e à qualidade da gestão do tempo. Pode ser que, ao organizar e gerenciar melhor a sua própria vida, um jovem consiga cumprir suas demandas e até sobre tempo para o tal ócio criativo, conceito criado pelo sociólogo italiano Domenico De Masi, que prega a necessidade de um equilíbrio entre trabalho, estudo e descanso, que favorece a criatividade, que é outra habilidade socioemocional muito exigida nos novos tempos.
O tempo de descanso e diversão podem render uma pausa dos compromissos acadêmicos para dar um descanso à mente, o que vai possibilitar retomar a produtividade de forma mais otimizada.
Veja algumas dicas para manter a produtividade de forma saudável:
Produtividade precisa estar ligada à qualidade de vida
A produtividade deve estar ligada ao conceito de qualidade de vida, portanto, mesmo com muitas tarefas a cumprir, não é saudável se desligar de aspectos pessoais na vida, como a convivência com família e amigos, e a prática do lazer.
Quando um estudante consegue conciliar os deveres acadêmicos e a vida pessoal, pode se sentir mais disposto e até motivado para cumprir os seus deveres.
Para isso, deve saber fazer uma boa gestão de tempo, que vai envolver um bom planejamento e a priorização de tarefas.
Tente evitar os inimigos da produtividade
Segundo uma pesquisa da Fundação Estudar, com a startup MindMiners, algumas atitudes são consideradas inimigas da produtividade: procrastinação, fazer muitas coisas ao mesmo tempo, dificuldade de concentração e não planejar o dia. Sendo a procrastinação a que foi considerada a pior delas.
No entanto, alguns desses inimigos da produtividade podem estar associados, como a dificuldade de concentração e a procrastinação. Para melhorar a capacidade de se concentrar, a dica é praticar exercícios que treinem a mente para direcionar a atenção, por exemplo, com as técnicas de mindfulness, que combina respiração e silêncio por alguns minutos.
Já a falta de planejamento e a tendência multitarefa podem ser reduzidas com uma dose extra de organização da rotina de estudos, que vai direcionar os esforços de uma maneira mais inteligente, fazendo uma coisa de cada vez, por exemplo, estudando uma disciplina a cada bloco de tempo, e fechando os ciclos abertos.
Além disso, estar em um ambiente organizado fisicamente, e sem distrações como televisores, notificações de redes sociais e barulhos, pode ajudar também o estudante a ter maior concentração, e melhorar sua eficiência, ou seja, melhorar a sua produtividade.
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Identifique os seus picos de produtividade
Todas as pessoas têm um período no qual é mais produtivo, no qual consegue desprender mais energia para as tarefas. Então, não faça atividades que sejam difíceis ou importantes para você em um momento de baixa produtividade.
É preciso entender os limites do seu cérebro
Essa dica também está relacionada com o item acima. A pessoa precisa identificar qual é o limite do seu cérebro.
Chega um certo momento que as horas de estudo podem ter sido muito intensas e a absorção do conhecimento pode não estar sendo eficiente, portanto, o estudante pode até ficar estudando horas a mais, porém, não estará sendo produtivo.
Entender que não é uma máquina, que deve estar pronto a todo momento, também é um importante fator de autoconhecimento para preservar o próprio bem-estar.
Conclusão
O Colégio Planck tem entre os seus pilares educativos o desenvolvimento de habilidades socioemocionais que geram melhores resultados em seus estudantes.
Dentro da matriz socioemocional, estão aspectos como autogestão, resiliência emocional, amabilidade e engajamento e abertura ao novo.
Com esses aspectos sendo constantemente trabalhados em cada estudante dentro da sala de aula e fora dela, também é aberto um importante processo de autoconhecimento para cada um, que estimula a tomada de consciência sobre as suas potencialidades e fragilidades individuais, e a melhor forma de trabalhar com ambas.
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