Incentivar a criar, construir, ter autonomia, protagonizar e trabalhar de forma colaborativa é o que a cultura maker pode fazer por um estudante em um colégio.
Junto com o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, o movimento maker é um dos pilares mais fortes da Educação moderna ao redor do mundo.
Em São José dos Campos, o Colégio Planck foi a primeira instituição educacional a introduzir o conceito maker. Vamos entender mais sobre o tema?
Movimento maker: revolução ou reinvenção da roda?
Embora o físico norte-americano Chris Anderson, autor do livro “Makers: A Nova Revolução Industrial”, afirme que a cultura maker seja uma nova revolução industrial, podemos dizer que essa é uma reinvenção da roda.
O maker já existe há muitas décadas, o termo vindo do verbo “to make” (fazer) foi popularizado pelo norte-americano Dale Dougherty, criador da revista Make (2005) e das Maker Faires, realizadas em todo o mundo.
Mesmo sem usar esse termo, provavelmente os avós e bisavós dessa geração jovem atual já produziam seus brinquedos dentro desse conceito, pensando em soluções e colocando a mão na massa para construí-los. Antigamente, eram as próprias crianças que construíam seus próprios foguetes de papelão, suas bolas de meia e bonecas de palha de milho ou pano.
A partir dos anos 1990, quando as mudanças nos hábitos de consumo incentivaram que as pessoas buscassem soluções prontas, como as lojas de brinquedos e até as comidas prontas nos freezer dos supermercados e nas praças de alimentação dos shopping centers, a cultura maker perdeu espaço.
No entanto, na atualidade, o movimento maker está em um momento tão favorável que inclusive pode ser percebido no blockbuster “Toy Story 4”, por meio do personagem Forky, um garfinho que virou um brinquedo ao ser construído pela menininha Bonnie com um garfinho de plástico, limpador de cachimbo e massinha de modelar. Um personagem que se considerava sucata e que foi aos poucos percebendo que poderia ser um brinquedo na turma de Buzz e Woody.
Dentro da Educação, a cultura maker só traz benefícios porque ajuda na formação da motricidade e agrega outras habilidades no desenvolvimento dos estudantes, como estímulo à criatividade, à ludicidade e ao espírito colaborativo, entre outros vários aspectos.
Fab labs estimulam a fabricação
Boa parte da popularização do movimento maker também se deve à construção dos Fab Labs (Laboratórios de Fabricação), que começaram dentro de uma iniciativa do MIT (Massachussets Institute Technology), nos EUA, em 2001.
Os fab labs foram transformados em uma verdadeira rede internacional de laboratórios de fabricação experimental que usam ferramentas como impressoras 3D, cortadoras a laser, tornos, martelos, furadeiras e diversos outros instrumentos que facilitam a fabricação.
Embora no Brasil o movimento maker tenha chegado há pouco menos de uma década, até 2018, já eram mais de 1.300 fab labs no mundo inteiro — só no país havia 52 no mesmo período–, funcionando totalmente dentro das bases do movimento maker: criatividade, colaboração, sustentabilidade e escalabilidade.
Apesar das ferramentas tecnológicas que possibilitam esse fazer, o que propaga essa cultura são os makers, ou seja, os seres humanos que agem por trás dos instrumentos. O maker é, sem dúvida, uma revolução da criatividade.
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Brincar no presente para desenvolver soluções no futuro
A cultura maker não é só um atalho para a brincadeira, mas atua como um canal para a aprendizagem socioemocional, que gera grandes reflexos tanto na graduação como no mercado de trabalho.
Quem é educado dentro dos elementos da cultura maker, que é a criatividade, autonomia, resolução de problemas e espírito colaborativo, pode ganhar mais destaque nas profissões futuras, não importa se é das áreas das artes, design, ciências, tecnologia ou outros setores.
Por isso, o Planck também tem o seu fab lab, denominado Design Maker, que funciona como um espaço para experimentação, onde é estimulada a imaginação, criatividade e invenção utilizando métodos como o do Design Thinking e Canvas – Business Modelation, além dos conhecimentos das Artes, Engenharia, Direito e Empreendedorismo.
Essas ferramentas pedagógicas e novas tecnologias ajudam que os estudantes sejam preparados para as novas exigências mercadológicas com estímulo apropriado do espírito “Faça Você Mesmo” (DIY – Do It Yourself).
O movimento maker dentro do Colégio gera estímulo no processo de aprender, quando dá autonomia para o aluno escolher e se transformar em protagonista do próprio aprendizado.
Essa iniciativa também ajuda no desenvolvimento de competências e habilidades do futuro e na escolha da carreira, porque o estudante vai testando e aprendendo o que gosta de fazer.
A partir de quando investir na cultura maker no ambiente escolar?
A cultura maker deve ser incentivada desde Educação Infantil, continuar sendo estimulada no Ensino Fundamental e avançar no Ensino Médio.
O maker ajuda o aluno a resolver conflitos, a saber delegar, trabalhar em equipe, ter empatia e desenvolver a competência da liderança.
Pode ter certeza, as empresas modernas vão querer um profissional que tenha exatamente essas características. Por outro lado, ficará mais difícil para as pessoas, universidades e empresas que não se prepararem para essa tendência.
O movimento maker promete trazer uma grande evolução, não só nas instituições de ensino como na sociedade como um todo. Precisamos preparar nossas crianças para esse momento que já é agora.