É comum que algumas crianças apresentem dificuldade de aprendizagem no colégio. Contudo, ao contrário do que alguns pais, e até mesmo professores, possam pensar, os transtornos neurológicos não são a única explicação.
Uma outra provável causa é a metodologia de estudo utilizada pelo colégio dentro da sala de aula e replicada pelo estudante em casa.
Evidentemente, para saber qual é a verdadeira origem, o estudante precisa passar por uma avaliação adequada, que investigue quais sinais os pais ou os professores detectaram.
Então, para não ficar com dúvidas, neste post, vamos explicar melhor sobre o que caracteriza a dificuldade de aprendizagem e os possíveis planos de intervenção. Vamos lá!?
O que é dificuldade de aprendizagem?
Quando falamos em dificuldade de aprendizagem, queremos dizer que o estudante apresenta um certo atraso no desenvolvimento de habilidades, como escrita ou leitura, ou problemas para memorizar e compreender informações.
Por isso, pode afetar o desenvolvimento de diferentes tipos de inteligência:
- Lógico-matemática: envolve pensamento lógico e sistematização, essencial para resolver equações e padrões, comuns em matemáticos e engenheiros;
- Linguística: relacionada à comunicação verbal e não verbal, permite transmitir ideias e motivar, sendo comum em escritores, políticos e cineastas;
- Musical: caracteriza-se pela sensibilidade para sons e ritmos, essencial para criar e organizar melodias, típica de músicos e compositores;
- Espacial: baseia-se na percepção visual e capacidade de manipular ideias em diferentes perspectivas, é comum em artistas plásticos e pilotos;
- Corporal-cinestésica: domínio das capacidades motoras e consciência corporal, comuns em atletas e bailarinos;
- Intrapessoal: autoconhecimento profundo e compreensão das próprias emoções, ideais e motivações, sendo essencial para diversas atividades;
- Interpessoal: habilidade de reconhecer sentimentos e intenções dos outros, levando à empatia e boa comunicação, presente em terapeutas e líderes;
- Naturalista: conexão com a natureza e sensibilidade ambiental, comum em biólogos e ativistas ambientais;
- Existencial: reflexão sobre questões fundamentais da existência humana, característica de filósofos e líderes espirituais.
Portanto, pode atrapalhar o desenvolvimento estudantil, pessoal e profissional do estudante, impedindo que alcance seu potencial.
Para saber mais sobre os diferentes tipos de inteligência, leia nosso artigo sobre as diferentes inteligências e a abordagem do Colégio para desenvolvê-las.
Como identificar transtorno de aprendizagem?
Existe uma ferramenta padrão de diagnóstico, conhecida como Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID). Ela foi publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para reunir informações sobre algumas patologias, sobre sua origem, prevenção e tratamento.
Enfim, para cada doença e transtorno, existe um código. Até o ano de 2022, no caso da dificuldade de aprendizagem, era o CID F81 – Transtornos específicos do desenvolvimento das habilidades escolares.
Ele é designado para classificar o atraso no aprendizado, especialmente nas primeiras fases do desenvolvimento da criança.
Além deste, também existem subcategorias. Conheça quais são elas:
- F81.0: Transtorno específico de leitura;
- F81.1: Transtorno específico da soletração;
- F81.2: Transtorno específico da habilidade em aritmética;
- F81.3: Transtorno misto de habilidades escolares;
- F81.8: Outros transtornos do desenvolvimento das habilidades escolares;
- F81.9: Transtorno não especificado do desenvolvimento das habilidades escolares.
De acordo com a última versão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11), atualizado em janeiro de 2024, utiliza-se o código CID 06 – Transtornos mentais, comportamentais ou do neurodesenvolvimento.
Ele abrange distúrbios que afetam processos emocionais, comportamentais, psicológicos e biológicos, dentro do aspecto pessoal, familiar, social, educacional, ocupacional, entre outros.
Como tratar transtorno de aprendizagem?
Para aprofundar o diagnóstico, é necessário que o estudante passe por uma avaliação médica multidisciplinar, que analisa condições neurológicas, psicológicas, sociais e pedagógicas.
Além disso, é necessário incluir avaliações de fonoaudiologia e de oftalmologia, para verificar se não há atraso no processamento de auditivos ou oculares.
Depois, devem ser avaliadas questões como histórico médico, histórico familiar, histórico acadêmico, estilo de vida, uso de medicamentos, queixa principal, entre outros, para o médico obter uma anamnese mais detalhada.
Após o diagnóstico, existe a possibilidade de seguir com uma das alternativas, de acordo com a necessidade do estudante:
- Escolher uma instituição de ensino que ofereça uma proposta pedagógica mais abrangente, que consiga estimular o desenvolvimento da criança;
- Recorrer a ajuda de um profissional de psicologia, para acompanhar o desenvolvimento da criança;
- Em casos mais extremos, profissionais da saúde podem recomendar o uso de medicamentos que melhorem o desenvolvimento cognitivo.
Leia mais sobre: O desenvolvimento cognitivo na adolescência.
O que pode causar dificuldades de aprendizagem?
A dificuldade em absorver e compreender novos conhecimentos não está somente em doenças mentais ou transtornos, que causam um atraso no processamento de informações. Pode estar relacionada a síndromes ou a metodologias de ensino, que não são compatíveis com o processo de aprendizado do próprio estudantes.
Então, conheça quais são as possíveis causas.
Autismo
O transtorno do espectro autista afeta a comunicação, interação social e comportamento da pessoa. Pode se manifestar de várias formas e em níveis de gravidade, e geralmente é identificado na primeira infância.
As pessoas com autismo podem ter interesses restritos e comportamentos repetitivos, além de dificuldades na compreensão das emoções e intenções dos outros.
Déficit de atenção
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é caracterizado por desatenção, hiperatividade e impulsividade. Pode afetar crianças e adultos, interferindo nas atividades diárias, no desempenho escolar e no trabalho.
Dislexia
A dislexia é um transtorno específico de aprendizagem que afeta a habilidade da pessoa em ler, escrever e soletrar. Pode causar dificuldades na associação de letras aos sons, na fluência de leitura e na compreensão de textos.
Discalculia
A discalculia é um transtorno de aprendizagem que afeta a habilidade da pessoa em compreender e manipular conceitos matemáticos.
Pode resultar em dificuldades na realização de cálculos, na compreensão de operações matemáticas e na resolução de problemas numéricos.
Disgrafia
A disgrafia, também conhecida como disortografia, é uma dificuldade de aprendizagem que afeta a habilidade da pessoa em escrever de forma clara e precisa.
Pode se manifestar em dificuldades na organização do texto, na ortografia correta das palavras e na coordenação motora para escrever à mão.
Dispraxia
A dispraxia, também conhecida como transtorno do desenvolvimento da coordenação, é caracterizada por dificuldades na coordenação motora e no planejamento de movimentos voluntários.
Pode afetar atividades como escrever, vestir-se, manipular objetos e participar de jogos e esportes.
As pessoas com dispraxia podem enfrentar desafios na execução de tarefas motoras finas e grossas, o que pode impactar suas habilidades acadêmicas, sociais e cotidianas.
Afasia
Afasia ou disfasia refere-se a dificuldades na compreensão e produção da linguagem devido a danos cerebrais, como os causados por um acidente vascular cerebral (AVC) ou lesões traumáticas.
Pode afetar a capacidade da pessoa em falar, compreender, ler e escrever, impactando significativamente sua comunicação e interação social.
Ansiedade
A ansiedade pode desempenhar um papel significativo na dificuldade de aprendizagem, afetando a capacidade do estudante em se concentrar, processar informações e realizar tarefas acadêmicas.
A ansiedade excessiva pode prejudicar o desempenho escolar, interferir na memória e na tomada de decisões, e impactar a autoestima do estudante.
Metodologia de ensino
As abordagens de ensino, que se concentram principalmente na mera transmissão de informações e na avaliação padronizada, podem não atender às necessidades individuais de aprendizagem dos estudantes.
Por outro lado, metodologias inovadoras, como a aprendizagem ativa, a diferenciação curricular, o uso de tecnologias educacionais e a abordagem centrada no estudante, podem promover a participação, a compreensão e o engajamento dos alunos, contribuindo para a superação das dificuldades de aprendizagem.
Para estimular o desenvolvimento cognitivo, e os diferentes tipos de inteligência, recomenda-se que o estudante faça um planejamento de estudo com a técnica Feynman.
É um método que melhor o processo de aprendizagem, com base na Pirâmide de Aprendizagem:
- 10% ocorre por meio da leitura;
- 20% ocorre ouvindo outros;
- 30% ocorre observando;
- 50% ocorre ouvindo e observando;
- 70% ocorre por meio do debate de ideias;
- 80% ocorre ao colocar o aprendizado em prática;
- 90% ocorre ensinando aos outros.
Então, com isso em mente, é possível elaborar um plano de estudos que consiste em absorver e compreender o conteúdo de forma mais profunda.
Como lidar com filhos com dificuldade de aprendizagem?
Lidar com filhos que enfrentam desafios de aprendizagem pode ser uma jornada complexa para muitos pais e responsáveis. É essencial compreender as necessidades individuais de cada estudante e adotar abordagens personalizadas para apoiar seu desenvolvimento acadêmico e emocional.
Ao reconhecer a diversidade de estilos de aprendizagem e necessidades educacionais, os pais podem colaborar com educadores e profissionais de saúde para estabelecer estratégias eficazes.
Incentivar um ambiente de apoio emocional e comunicação aberta é fundamental para que os filhos se sintam seguros ao enfrentar desafios acadêmicos.
Além disso, explorar diferentes métodos de ensino pode ajudar a atender às necessidades específicas de aprendizagem de cada criança.
Outro fator que pode contribuir para o desenvolvimento do estudante é a participação ativa dos pais na vida escolar. Isso mostra aos filhos que eles estão apoiando e valorizando a educação, o que pode aumentar a motivação e o engajamento acadêmico.
Como funcionam as metodologias ativas no processo de aprendizagem?
Muitas vezes, estudantes que manifestaram dificuldade de aprendizagem em alguns momentos, podem ter encontrado dificuldades em metodologias passivas.
De acordo com a teoria criada pelo psiquiatra americano William Glasser, as taxas de aprendizado variam com os métodos. Sendo que na leitura há 10% de absorção, enquanto na escuta sobe para 20%. Esses índices vão aumentando à medida que há uma interação maior na própria construção do conhecimento.
Já a metodologia ativa trabalha a multidisciplinaridade e o estudante é protagonista no seu processo de aprendizagem, com uma atuação mais participativa.
Nessa abordagem, o conhecimento é construído de forma combinada entre professor e estudante, com estímulo da criatividade e da autonomia.
Além disso, nas metodologias ativas estão previstas também um uso mais profundo da tecnologia e atuação com novas formas de transmissão de conteúdos.
São várias as vantagens desse método para todos os estudantes, inclusive, para aqueles que têm alguma dificuldade de aprendizagem, por exemplo:
- Construção de pensamento crítico;
- Aprendizado de forma coletiva;
- Desenvolvimento de competências e habilidades socioemocionais muito importantes para o futuro,
- Mais engajamento dos estudantes e motivação com o próprio processo de aprendizagem,
- Fortalecimento da confiança e autoestima;
- etc.
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Metodologia ativa adotada no Planck
Com as metodologias ativas, o estudante é estimulado a desenvolver a capacidade de absorção de conteúdos de maneira mais autônoma e participativa.
O Planck, utiliza várias metodologias ativas no processo de ensino, entre elas:
Aprendizagem baseada em projetos
Na aprendizagem baseada em projetos, o principal objetivo é acionar os estudantes para resolução de problemas. Baseado em um desafio, os estudantes vão explorar situações, dentro de um contexto, fazendo uso de tecnologias e outros recursos disponíveis.
Assim, os estudantes assumem responsabilidades, autonomia e passam a se arriscar mais, mesmo sabendo que podem cometer erros, mas que esses servirão de aprendizados enquanto se busca a melhor solução para cada caso.
Para isso, os professores se esforçam para criar experiências inovadoras que envolvem nossos estudantes em projetos complexos do mundo adulto.
Assim, eles são envolvidos em um processo de pesquisa, elaboração de hipóteses, busca por recursos e aplicação prática da informação para chegar a uma solução.
Aprendizagem colaborativa
A aprendizagem colaborativa é uma metodologia de ensino pautada na interação, colaboração e participação ativa dos estudantes.
A formação de equipes e compartilhamento de ideias vão enriquecer o processo de construção do conhecimento, permitindo que aprendam e ensinem ao mesmo tempo, estimulados por um rico convívio que favorece o relacionamento interpessoal.
Na aprendizagem colaborativa, cada estudante pode exercer sua força pessoal no coletivo, apresentando seus pontos fortes para chegar a uma conclusão. Além disso, eles também aprendem a desenvolver a capacidade de negociação, ao debater os papéis de cada um no processo.
Na aprendizagem colaborativa, os estudantes são estimulados a não se acomodar com respostas prontas. Se torna um processo de aprendizagem muito mais avançado do que a mera memorização mecânica de fatos ou números.
Nesse processo, também são valorizadas as habilidades de comunicação, criatividade, trabalho em equipe, tolerância às frustrações, raciocínio lógico, entre outras.
Estudos de casos
Nessa ferramenta pedagógica utilizada na Academia Sherlock, são estimuladas as competências cognitivas e investigativas. A ideia é estudar sucessão de fatos ou acontecimentos para promover uma análise e conexão de ideias, por meio do trabalho em equipe.
Cultura maker e design thinking
A cultura maker estimula que o estudante coloque a mão na massa e aprenda fazendo. Em combinação com a abordagem do design thinking, também desenvolve outras várias competências, como a empatia para se colocar no lugar de outras pessoas na proposta de solução para problemas reais. Essa abordagem é utilizada na aula de Laboratório de Soluções Design Maker.
Como o Colégio Planck pode ajudar na aprendizagem?
O Colégio Planck é uma instituição de ensino com uma proposta pedagógica inovadora, que valoriza e incentiva o protagonismo juvenil, ou seja, o desenvolvimento de habilidades essenciais para a vida, para que obtenham êxito em qualquer aspecto da vida social.
Além da técnica Feynman, o colégio também adota outras abordagens que promovem o desenvolvimento completo dos estudantes, como projetos interdisciplinares, atividades práticas, debates em grupo, atividades extracurriculares, entre outras.
Como isso, os estudantes desenvolvem habilidades socioemocionais, pensamento crítico, capacidade de resolver desafios, autonomia, entre muitas outras, que são importantes para se tornarem adultos competentes, funcionais e éticos.
Agende uma visita ao Colégio Planck e venha conhecer nossa infraestrutura.